Causou revolta, indignação e
decepção, principalmente a agentes e delegados da Polícia Civil potiguar, um
comentário que se espalhou pelas redes sociais neste sábado (28) feito pelo
capitão da Polícia Militar Styvenson Valentim, coordenador da Operação Lei Seca
no Rio Grande do Norte. “Policial civil
ganha muito bem para não fazer nada. Delegado ganha 23 mil reais para não fazer
nada", disse o capitão.
A declaração está em um
áudio de quase dois minutos que vazou de um grupo de WhatsApp. Nela, Styvenson
fala com uma mulher sobre como proceder após ela ter se envolvido numa
determinada ocorrência de trânsito. O G1 tentou falar com Styvenson logo no
início da manhã, mas os telefones do capitão
estavam desligados. Novas ligações
foram feitas por volta das 8h, mas ainda permaneciam sem sinal.
Em nota, divulgada na noite
do sábado, o Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do
RN (Sinpol/RN) disse que a declaração do capitão “é despropositada e, principalmente, desrespeitosa para com uma
categoria que tanto faz pela segurança pública do Rio Grande do
Norte”. E que “ao
contrário do que pensa e declara o capitão Styvenson, os policiais civis
trabalham duro diariamente, mesmo sem muitas vezes disporem de condições e
estrutura adequada”. E complementa: “Acontece que, ao contrário do próprio capitão Styvenson, os policiais
civis não usam a mídia para promoção pessoal e nem para expor o trabalho que é
feito diariamente. Os policiais civis trabalham de maneira silenciosa, usando
de inteligência e ferramentas investigativas”.
Já a Associação dos
Delegados de Polícia Civil do Rio Grande do Norte (Adepol/RN), disse que “o referido oficial desqualifica, afronta e
agride a categoria e a instituição Polícia Civil”, e que “o capitão Styvenson atacou, de forma
grosseira, a honra de uma categoria que é reconhecida pela sociedade potiguar
pelo seu profissionalismo e comprometimento, atributos que devem ser
preservados, sob pena de comprometer a própria ordem pública”. Ainda de
acordo com a associação, “generalizar e
colocar na vala comum todos os integrantes de uma instituição é uma medida
arrogante e presunçosa”.
Nem a Polícia Militar nem a
Secretaria Estadual de Segurança Pública se manifestaram sobre o assunto.
O capitão Styvenson Valentim
começou a ganhar notoriedade em 2014, quando recebeu a missão de comandar a
Operação Lei Seca no estado. Considerado um policial extremamente honesto em
razão do pulso firme, rigidez e correção na forma de conduzir o trabalho que
desenvolve, logo virou notícia. Nas ruas, é tratado como celebridade.
Comentários
Postar um comentário