Executivos do grupo Odebrecht que
firmaram acordo de delação premiada no âmbito das investigações da Operação Lava
Jato irão ligar os nomes dos ex-ministros Guido Mantega e
Antonio Palocci às planilhas de pagamentos de propinas apreendidas na sede da
empreiteira. De acordo com reportagem publicada neste domingo (5) pelo jornal Folha
de S.Paulo, os codinomes “Italiano” e “Pós-Itália” que aparecem nos documentos
referem-se, respectivamente, a Palocci e Mantega.
A Polícia Federal já havia
interpretado que o “Italiano” presente nas planilhas apreendidas era uma
referência à Palocci, mas havia dúvidas sobre quem seria
“Pós-Itália”. ”Ainda não logramos êxito na identificação do indivíduo
designado por tal nome”, diz um relatório de fevereiro deste ano da PF. O
codinome também aparecia nas anotações de Marcelo Odebrecht.
De acordo com a apuração do
jornal, funcionários que trabalham no acordo que a empreiteira negocia com
a força-tarefa em Curitiba e a Procuradoria Geral
da República em Brasília
afirmam que executivos da Odebrecht vão identificar “Pós-Itália” como o
ex-ministro Guido Mantega.
Na interpretação da PF e de
procuradores, o documento chamado “Posição Programa Especial Italiano”,
apreendido em um e-mail de um funcionário da construtora, indica os valores de
propinas pagas ao PT entre 2008 e 2012. No arquivo, o codinome “Italiano”
aparece associado ao valor de R$ 6 milhões, enquanto “Pós-Itália” teria
recebido R$ 50 milhões para repassar ao partido. Em 31 de junho de 2012,
repasses à sigla somavam R$ 200 milhões.
Palocci, que comandou o
Ministério da Fazenda no governo Lula e a Casa Civil na gestão de Dilma, é
investigado pela Lava Jato desde junho do ano passado, suspeito de ter pedido
R$ 2 milhões para a campanha de Dilma em 2010, conforme o depoimento do
ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A versão não foi confirmada pelo
doleiro Alberto Yousseff, apontado por Costa como o autor do pedido de
pagamento. Yousseff nega que tenha feito a solicitação.
Guido Mantega, que comandou o
Ministério do Planejamento, em seguida o BNDES e, por fim, a Fazendo durante
governo Lula – posto que também ocupou na gestão de Dilma, já teve o nome
citado na Lava Jato e é investigado pela Operação
Zelotes.
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